A VINDA DO GRANDE PROFETA
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A VINDA DO GRANDE PROFETA
مجيء النبي الكريم
PORTUGUÊS
Autor:Aminuddin Muhammad
Revisão: Mubin Hajat
A VINDA DO GRANDE PROFETA
Crónica Semanal
A VINDA DO GRANDE PROFETA
Estamos no mês de Rabiul-Awwal, o terceiro do calendário isslâmico lunar. O mundo celebra este mês mais um aniversário do nascimento do último e grande Profeta – Muhammad (S).
Há cerca de 1.500 anos, quando o Mundo atravessava um dos seus piores momentos, com muitos altos e muitos baixos, período em que a Humanidade já se tinha esquecido dos ensinamentos divinos, pois a moral, a nobreza, a castidade e a modéstia já tinham desaparecido, e as trevas da descrença e da ignorância já se tinham espalhado por todo o lado enfim, a Humanidade estava na iminência do abismo do fogo.
O Ser Humano estava dividido em várias tribos e grupos, qual deles o sequioso de sangue de um e outro. As guerras devido à coisas insignificantes duravam longos períodos. Por razões mesquinhas famílias inteiras dizimavam-se umas às outras, derramando-se sangue como se fosse água.
O amor, a simpatia e a compaixão mútua já não existiam. O forte estava sempre pronto a arrasar o mais fraco, e nenhum povo, tribo ou grupo gostava de ver o outro a prosperar. O racismo e a escravatura eram comuns naquelas sociedades. A consciência humana estava aferrolhada, rebeliões proliferavam por todo o lado, e a justiça era simplesmente inexistente.
A árvore da bondade estava morta, as machambas da verdade estavam secas, os valores humanos estavam agonizantes e a minoria consciente chorava devido ao mau comportamento e à rebelião do Ser Humano, a melhor das criaturas de Deus.
Foi nessas condições que do fundo do túnel surgiu uma luz de esperança, e do Vale de Hira, em Makkah, na Arábia Saudita “nasceu o sol” cujos raios se espalharam por todos os cantos do mundo.
Nasceu uma nova manhã que despertou os que estavam adormecidos, e iluminou o mundo inteiro, afastando as trevas da descrença e da ignorância e resgatando a consciência humana. Deu um novo alento à Humanidade, já que trazia consigo a Lei Universal que mostrou o caminho da verdade, ensinou a lição da compaixão e da misericórdia, e poliu os corações enferrujados, eliminando assim a força crescente da rebelião permanente que se havia instalado.
Os que seguiram essa Lei Universal conseguiram livrar-se da ignorância e da barbárie, conseguindo assim alcançar o caminho recto, cultivando a fraternidade no lugar da inimizade que havia entre eles.
Os que eram sequiosos de sangue dos seus semelhantes tornaram-se protectores uns dos outros, unindo-se de tal forma que caso um de entre eles estivesse numa aflição consideravam isso uma aflição de toda a comunidade.
Lamartine, ilustre poeta francês (1790-1869) diz acerca do Profeta Muhammad (S):
“Filósofo, orador, apóstolo, legislador, guerreiro, conquistador de ideias, restaurador de dogmas racionais, de um culto sem imagens; o fundador de vinte impérios terrestres e um império espiritual, esse é Muhammad. No que diz respeito a todos os padrões na base dos quais pode ser medida a grandeza humana, podemos muito bem perguntar: será que existe algum homem maior que ele”? [Lamartine, Hisoire de La Turqie, Paris, 1854]
John William Draper, no seu livro “A History of the Intellectual Development of Europe” – 1875, P.P. 329 – 330, Vol. 1 – London, diz: “Quatro anos após a morte de Justiniano, 569 DC, nasceu em Makkah, na Arábia, o Homem que, de todos os homens, exerceu a maior influência na raça humana… Muhammad”.
Infelizmente, durante os séculos das cruzadas, todos os tipos de calúnias foram inventadas contra o Profeta Muhammad (S). Todavia, já na chamada Era Moderna, marcada pela tolerância religiosa e liberdade de pensamento, há uma grande mudança no comportamento dos autores ocidentais na delineação da vida e carácter de Muhammad (S).
Mas mesmo assim ainda há no mundo gente que necessita de dar um passo em frente para descobrir a maior realidade acerca de Muhammad (S), e essa realidade é a de ele ser o verdadeiro e último Profeta de Deus para toda a Humanidade.
Não obstante toda a objectividade e esclarecimento, não há ainda da parte dessas pessoas uma tentativa sincera e objectiva no sentido de compreender a profecia de Muhammad (S).
Até à idade de 40 anos o Profeta (S) não era conhecido como estadista, pregador ou orador. Nunca foi visto discutindo os princípios da metafísica, da ética, das leis, da política, da economia ou da sociologia.
Sem dúvida ele possuía um excelente carácter e uma postura atractiva, sendo conhecido como pessoa altamente civilizada. Mesmo assim não havia nada tão profundamente admirável e radicalmente tão extraordinário nele, que fizesse as pessoas esperar dele algo grande e revolucionário no futuro. Mas quando ele saiu da cave de Hira com uma nova mensagem, estava completamente transformado.
Alguém poderia perguntar: ”Por que razão terá ele passado por tantas dificuldades se os seus contemporâneos lhe haviam proposto a realeza, dando-lhe todas as riquezas que quisesse, na condição de ele abdicar da sua missão de propagação da mensagem do Deus”?
Mas ele declinou todas as propostas que lhe foram feitas, continuando a pregar mesmo perante o boicote e insultos, e até mesmo agressões físicas.
Para além disso, relativamente às religiões seculares já existentes, seria um contra-senso cultivar alguma forma de rivalidade com os judeus e cristãos, pois ele cria em Jesus, em Moisés, em Abraão e todos os outros profetas de Deus (que a paz esteja com todos eles), sendo esta das mais básicas exigências da fé, e sem a qual ninguém é muçulmano.
E ele proclamou que Maria, mãe de Jesus era uma mulher santa, escolhida por Deus. Que se saiba que um dos capítulos do Al-Qur’án ostenta o nome de Maria.
A vinda do Profeta Muhammad (S) foi anunciada na Bíblia, por Moisés, e no Novo Testamento por Jesus Cristo.
Hoje muita gente no mundo abandonou os ensinamentos religiosos, pois nos seus corações já não há temor em Deus, daí que não haja amor e compaixão entre elas.
Já ninguém teme derramar sangue do seu próximo, nem devorar as riquezas alheias, muito menos assaltar a honra de alguém.
Tudo isso prova que a Humanidade voltou para a péssima situação da qual o Profeta Muhammad (S) a tinha resgatado. E isso acontece por eles terem deixado de seguir os seus ensinamentos. O Homem tornou-se inimigo da própria Humanidade, assassino do amor e da irmandade. Tornou-se uma besta sem compaixão.
Vejamos as guerras que vão ocorrendo por esse mundo fora, guerras essas em que são mortas pelas mãos dos próprios humanos, sem dó nem piedade, milhares de inocentes. Isto é algo que nos faz derramar lágrimas, pois quer parecer que as nossas vidas e a nossa honra estão permanentemente penduradas no crucifixo.
Que Deus nos guie a todos no caminho recto.
[Shk. Aminuddin Muhammad, aos 7 de Janeiro de 2016]